domingo, 24 de dezembro de 2006

Ce réel oder falsh?

Quando ouvimos música portuguesa, todos (como quem diz) sabemos qual a mensagem que o vocalista está a querer transmitir. É a nossa língua materna, vivemos no ambiente ideal (claro!) para perceber qualquer mensagem passada por um português, esteja ela camuflada em metáforas e outras expressões ou não. A probabilidade de essas metáforas e expressões fazerem parte da nossa vida diária é alta, logo não temos qualquer problemas em decompô-la e procurar as palavrinhas certas no nosso vocabulário. Mas alguém de fora pode não conseguir fazê-lo.

Ainda está bem que consigamos compreender também a mensagem do hip hop americano ou inglês, pois, já que a grande maioria do público ligado ao hip hop tem acima de 15 anos, essa(s) língua(s) não nos atrapalha(m). Agora, nem toda a gente sabe falar francês ou alemão, e mesmo a nossa vizinha Espanha tem várias línguas consoante as regiões. Assim, até podemos desenvicilharmo-nos quanto ao castelhano e ao galego, mas não conseguimos traduzir um simples “olá” em basco. Como iremos escolher, de entre o imenso mercado alemão ou francês, aqueles com as quais estamos de acordo, ou aqueles que fazem relatos da sua vida que nos possam interessar. Aliás, porque iremos nós comprar um álbum de alguém que até transmite mensagens com as quais concordamos, se não conseguimos percebê-las. Teremos que aprender todas as línguas relevantes da Europa, ou somos obrigados a cingirmo-nos pelo nosso hip hop “caseiro”?

Este tema surgiu-me depois de comprar o último álbum dos Less du Neuf, “Tant Qu’il En Est Temps”. A dúvida não está em saber se eles acabem um concerto com um público constituído principalmente por crianças a dizer algo como “Bebam, tomem drogas, façam sexo!” (refiro-me ao 50 Cent) ou não, mas antes se poderei escolher eu próprio os grupos que me interessam, sem ter que me guiar por outros ou simplesmente pelo flow. Comentem e esclareçam, obrigado!

6 comentários:

Anónimo disse...

o valete tb faz seguir gente n e so o 50 cent muita gente acha k o valete e um deus do rap tuga um rei n sera a mesma coisa? por isso e k eu n sou nem underground nem mainstream k se foda isso eu oiço MUSICA

PRIMOUZ disse...

realmente, é um tema interessante..e uma boa questao..
continua com o blog...força nisso enao o deixes morrer, pk blogs dedicados à cultura activos existem poucos...
força para a iniciativa
keep it going!!!!

Anónimo disse...

Na minha opinião não há mal nenhum em ouvires rap francês mesmo que não percebas francês, a partir do momento que se curte dos beats e dos flows e se vê que existem skills, não vejo qual é o problema, por exemplo eu não percebo nada de francês mas até curti de uns sons dos Sniper, só pela musicalidade.
É claro que não é a mesma coisa que ouvir rap português, em que percebes tudo o que o mc está a dizer, mas no fundo é música, e se for boa ouve-se.

Profeta de Philogelos disse...

Respondendo ao anónimo antes da minha mensagem: yah, eu também gosto de Sniper, gosto de Less du Neuf, mas também concordo que não é a mesma coisa. Eu até podia, caso não percebesse inglês, curtir a musicalidade de 50 Cent (e de algumas até gosto). Agora não concordo com muitas coisas do que ele disse. Não se ouviram no dia 21 de Dezembro, quando o Sam The Kid esteve o dia inteiro na Antena 3, mas ele disse que se inspirava muito mais no hip hop americano e brasileiro exactamente por isso, porque não percebia francês nem outras línguas. Não quer dizer que não goste ou não reconheça que há rappers franceses que fazem boa música, mas o hip hop não é só «musicalidade». Devemos ouvir/comprar hip hop de línguas que não conhecemos apenas pela «musicalidade»? Comentem e esclareçam!

Anónimo disse...

Ah, em relação a isso tem que ver com o bolso de cada um, se não fores rico não tem muita lógica comprares um disco que não percebes a língua, mas por outro lado, para línguas que não entendes acabas por ser menos selectivo, dando mais importância à música em si..
Mas são opiniões. Eu nunca compraria um disco francês (de rap) porque também dou importância à letra mas não sei patavina de francês, e quando vou comprar um disco de rap tenho de sentir tanto os beats como as letras (isto no rap, claro).

Anónimo disse...

Na minha opinião, hip hop em linguas que não se percebem vai um pouco ao encontro do hip hop instrumental, ouve-se não pelo que é dito, mas pela forma como é dito e pelo beat que acompanha.