«Se cada exemplar vos custa realmente 15 euros a manufacturar, então permitam-me a insolência, mas vocês ou são mentirosos ou são burros! E em qualquer das hipóteses merecem fracassar»
Como já disse, este tópico é a perspectiva adversa ao dos downloads (o que não quer dizer que se contrariem). A desculpa, válida (ou parcialmente válida) ou não, que muitas pessoas dão para não comprarem CDs e fazerem downloads da música que querem é que os CDs são muito caros. Para quem não sabe, um CD de hip hop português na FNAC anda à volta dos 15 euros, se for de hip hop estrangeiro é provável que custe mais de 20 (como a FNAC não costuma vender artistas do underground estrangeiro, só mesmo os CDs mais antigos é que podem fazer baixar a média).
Confesso que não tenho ideia dos custos das editoras ao manufacturarem os discos, mas a verdade é que os preços dos álbuns já conheceram melhores tempos. Por isso compreendo que muitas pessoas sintam relutância em comprar CDs (e isto, falando apenas do hip hop, pois outro género de música, como o rock português, pode custar tanto como um de hip hop estrangeiro). Contudo, acho que as pessoas também não deveriam generalizar e, se encontrarem um CD bom a 10 euros, eu consideraria uma boa oportunidade.
Gostava de relembrar que os autores do disco, os artistas, podem ter um papel decisivo no preço do CD. Segundo ouvi, embora não o possa dizer com certeza, o Valete fez questão de que o seu fosse barato e, embora muitos aleguem que para ele é mais fácil porque também faz parte da editora, é sempre positivo este tipo de comportamento (o Educação Visual podia ser encomendado no seu antigo site pessoal a 7 euros e tal).
Mais uma vez, como estão a ver, nem oito nem oitenta. Eu também faço downloads, especialmente de música estrangeira, mas também compro CD's. Se se derem ao trabalho de estarem atentos e compararem preços, não há desculpa para não comprar um disco de vez em quando. Também não vos incentivo a comprarem todos os que gostam, especialmente os mais famosos, pois devem reservar os tostões para os que mais precisam. Já agora, falei no papel das editoras, mas também há a confusão das taxas de IVA: sabiam que as revistas pornográficas só têm 5%, o equivalente a um “bem de primeira necessidade”, e os CD's de música não?