Bom, ao longo dos últimos dois anos a minha filosofia acerca de comprar CDs foi mudando um bocadinho. Se ao início seguia a política do Valete e comprava os mais underground e pedia ao meu irmão para (piii) os dos gajos mais mediáticos (normalmente estrangeiros), como neste últimos dois anos só consumia rap estrangeiro, principalmente americano, comecei a comprar o que gostava e cagava para se o rapper já tinha muito dinheiro ou não.
Mas agora o que me fez escrever este tópico: aquando do regresso do CR neste mês, o meu único acto de publicidade foi ir buscar um tópico que tinha no fórum do CR (felizmente ainda não o tinham apagado) e postar lá a informação. Noutro dia, queria encontrar o tópico, e ver se alguém tinha comentado, por isso fiz uma pesquisa no fórum com o nome do meu blog. Para além do meu tópico, descobri outro que se intitulava “Links importantes [Hip Hop]”. O autor pretendia ali reunir links que dariam jeito a qualquer apaixonado da cultura quando tivesse a navegar na Internet. Alguns já conhecia, outros não (e uns “saltaram” para o Guia lol). Bem, pelo meio encontrei um post da Nicolau onde ela sugeria também alguns (que o autor já tinha acrescentado ao início mas eu ao princípio não reparei). Acabei por ir dar a este blog: Só Pedrada Musical (da autoria de Tamenpi).
Ora nesta parte eu entro numa grande euforia e não me lembro de mais nada. Não, estava a brincar. Primeiro gostava de dizer que tive a sensação de que devia ser a única pessoa da nossa comunidade online que ainda não conhecia o blog. Depois, gostava de confirmar que realmente dei em maluco. E desatei a (piii). Aquilo parecia que tinha tudo. Tentei variar. Ao mesmo tempo que ia (piii), fui passando os arquivos a pente fino e fazendo uma lista do que me interessava. Aqui fica a lista:
DIA 1
- Exile – “Radio” (2009)
- Black Milk – “Tronic” (2008)
- Common – “Finding Forever” (The Breaks) (2006)
- Common – “Finding Forever” (2006)
- Jean Grae & 9th Wonder – “Jeanius” (2008)
- Reflection Eternal (Talib Kweli & DJ Hi-Tek) – “Train of Thought” (2000)
- KRS-One & Marley Marl – “Hip Hop Lives” (2007)
- Gang Starr – “Moment of Truth” (1998)
- GZA – “Liquid Swords” (1995)
- Pete Rock – “Soul Survivor” (1998)
No dia seguinte, voltei à carga (a arriscar um pouco mais):
DIA 2
- DJ Doc Rok – “The Biggie Hendrix Experience” (2008)
- Atmosphere – “Strictly Leakage” (2007)
- Little Brother – “The Listening” (2003)
- Pharoahe Monch – “Internal Affairs” (1999)
- “Soundbombing Vol.2” (1999)
- Blockhead – “Uncle Tony's Coloring Book” (2007)
- De La Soul – “Stakes Is High” (1996)
- Mos Def & Talib Kweli – “Blackstar” (1998)
- Marco Polo – “Port Authority” (2007)
Pronto, depois disso, ainda (piii) mais umas cenas, sempre a tentar variar, mesmo sabendo que algumas nunca seriam espantosas:
- J. Dilla – “Ruff Draft” (reedição: 2007)
- Soundtrack “Bomb the System” (El-P) (2005)
- Busta Rhymes & J. Dilla – “Dillagence” (2007)
- Kanye West – “Graduation” (2007)
- The RZA Presents “Afro Samurai - Resurrection” (2009)
Algures pelo meio descobri um álbum do qual já tinha ouvido músicas e que tinha muita curiosidade em ouvir (por motivos pessoais: gosto muito de Blues e de Jazz): Madlib – “Shades of Blue” (o tal com samples autorizados pela Blue Note). Infelizmente (damn it!) o link já não dava, mas eu desde aí que tenho andado com o CD na cabeça a chatear, tenho que ver se o arranjo (pedi ao Tamenpi para ver se me arranja, ainda estou à espera de resposta).
Depois de constatar que havia bastantes blogs com cenas para (piii) (facto que desconhecia: blogs, não sites). Então fui (piii) mais umas cenas:
- The RZA Presents “Afro Samurai – Resurrection” (2009)
- RZA (as Bobby Digital) – “Digi Snacks” (2008)
- Aesop Rock – “None Shall Pass” (2007)
Facto engraçado que se passou com este álbum do Aesop Rock: antes de (piii) eu nunca tinha ouvido as músicas com a voz por cima (excepto a “Citronella”, a “None Shall Pass” e a “Coffee”), apenas os instrumentais que arranjei graças à gentileza da Nicolau. O efeito até foi engraçado. Fez lembrar quando ouvimos alguém novo a pegar em beats que já foram usados (olhem, o caso da M7, por exemplo).
Bem, entretanto deixou de caber tudo no leitor de MP3, e eu pus umas cenas de lado. Sou capaz de substituir mais algumas para não ter só hip hop americano no leitor. Vou ver se ponho umas cenas de outras nacionalidades, e também sem ser hip hop (às vezes apetece ouvir outra coisa, e lá está, tem de se “abrir os horizontes”).
Com tanta cena no leitor, comecei a reflectir no que é (piii) tantos álbuns em tão pouco tempo: um milagre e uma maldição (e um atentado no tráfego).
Um milagre porque subitamente tenho à minha disposição quatrocentas e tal músicas que posso ouvir quando quiser, onde quiser (com o único preço de gastar bateria ao leitor: oooh não!).
A maldição é que eu quando ouço um CD novo, gosto de me concentrar nesse CD e não ouvir mais nada. Normalmente, isso é fácil porque o resto já ouvi quinhentas vezes (a não ser quando compro mais que um CD na mesma ocasião). Ora, com montes de CDs que não ouvi ou que ouvi poucas vezes no leitor, um dia posso ouvir isto, mas no seguinte já me apetece ir ouvir outro. Há ainda outro defeito, que tem a ver especificamente com ouvir música no MP3. Costumo usar o leitor quando estou a dirigir-me para algum sítio, seja a pé, de autocarro, comboio ou carro. É um bocado chato de cada vez que quero saber o nome da música que estou a ouvir ter que tirar o leitor do bolso (enquanto que quando compro um CD, logo a primeira coisa que faço quando chego a casa é sentar-me junto à aparelhagem, pôr o CD a tocar e ir explorando o livrinho que vem em conjunto).
A maior vantagem de todas é que os meus pais compraram uma aparelhagem das boas, muito melhor do que a minha que já tem uns 5 ou mais anos e que gosta de empancar na primeira música aos zero minutos e quarenta e tal segundos (aliás, nas outras também empanca às vezes), e que tem ligação USB, logo eu posso estar sentado no sofá e ir percorrendo com o comando as pastas até encontrar a que quero. Outra cena é o facto de alguns dos álbuns serem antigos e ser impossível arranjar em algum sítio (clássicos do J Dilla, Pete Rock, etc.).
Concluindo, espero não vir a ter uma congestão desta música nova toda, mas quando finalmente acabar vou querer repetir a dose. Claro, como sou um consumista (no sentido de comprar) de música assumido invariavelmente vou tentar arranjar alguns dos CDs que estou a ouvir (dos que gostar, e para os que as poupanças derem). Vocês juntem dinheiro, e façam o mesmo.
Ah, já agora, duas cenas que encontrei à algum tempo, e que não tiveram muito buzz:
- Mixtape “Ol’Dirty Bastard Remembrance” (A Tribute to Ol’Dirty Bastard) (2008)
- Termanology – If Heaven Was a Mile Away” (A Tribute to J Dilla) (2008)
NOTA: Podem sacá-las (porque é um piii legal) no Guia de Hip Hop na Internet.